Sabes o que é uma dieta cetogénica?

Além disso, tem vindo a ser utilizada como tratamento para algumas doenças como a epilepsia, a diabetes tipo 2 e algumas doenças neurológicas.

Na verdade, a dieta cetogénica é um subtipo da dieta “low carb”, com a particularidade de apresentar baixo teor de hidratos de carbono (50g/dia ou 10% do valor energético total - VET) e elevado teor de gordura (60-80% do VET).

Neste subtipo específico, o corpo entra numa condição metabólica chamada cetose fisiológica- aumento dos corpos cetónicos no sangue — daí o nome dieta cetogénica. O que acontece efetivamente é que ao diminuir as reservas de glicogénio, ou seja, de glicose armazenados no músculo e no fígado, este último acaba por produzir corpos cetónicos.

Quando restringimos consideravelmente o consumo de hidratos de carbono, o organismo vai procurar outras fontes de energia, nomeadamente no músculo e no tecido adiposo, mas este último apenas em contexto de prática de atividade física regular. O elevado teor proteico de uma dieta cetogénica pode ajudar a preservar o tecido muscular, evitando a perda de massa magra, mas é fundamental a prática de atividade física para estimular a manutenção da massa muscular.

A restrição de hidratos de carbono implica restringir ao máximo o consumo de pão, arroz, massas, leguminosas e quase todas as frutas. Em vez disso, vais ingerir alimentos mais proteicos e ricos em boas gorduras e, por isso, é natural que não sintas fome, mesmo estando a seguir um plano hipocalórico — ou seja, baixo em calorias.

• Maior saciedade, já que o aumento do consumo de proteínas e gorduras saudáveis atrasa a sensação de fome por mais tempo;
• Ajuda a controlar a diabetes, por ajudar a regular os níveis de açúcar no sangue;
• Favorece a perda de peso, devido à redução de calorias ingeridas e o controlo da glicemia;
• Favorece a perda de massa gorda, e ao mesmo tempo a preservação da massa magra, evitando a flacidez.

As dietas cetogénicas são definidas pelo que "não" é ingerido, em vez do que é ingerido. Alimentos como pão, cereais, arroz, massa, batata, leguminosas e quase todas as frutas ficam de fora deste plano alimentar. Isto significa que aumenta o consumo de alimentos como: ovos, peixes, carnes, produtos lácteos, hortícolas, gorduras vegetais, nozes e sementes.

Existem diferentes dietas cetogénicas, nomeadamente: cetogénica clássica, cetogénica com triglicéridos de cadeia média, Atkins modificada e de baixo índice glicémico. No entanto, todas estas variantes têm o mesmo objetivo: melhorar o cumprimento da dieta tornando-a mais saborosa e diversificada, permitindo assim uma melhor adesão à mesma. Em comum, apresentam um elevado teor proteico e de gordura e a distinção entre as variantes baseia-se na relação entre gordura e hidratos de carbono.

A dieta cetogénica, por não seguir as proporções dos nutrientes recomendadas para uma alimentação equilibrada, não deve ser uma dieta a longo termo pois todos os nutrientes (macro e micro) são importantes para o bom funcionamento do organismo.