Doença Celíaca: O que é
O que é a Doença Celíaca?
Também conhecida como enteropatia sensível ao glúten, a Doença Celíaca é uma doença auto-imune, causada pela permanente sensibilidade ao glúten.
É desencadeada em indivíduos geneticamente predispostos para a mesma, em cuja ingestão de glúten provoca uma reação imunológica contra o próprio intestino delgado, provocando lesões na mucosa e comprometendo a absorção dos nutrientes.
O que é o Glúten?
O Glúten é uma proteína existente em diversos cereais, nomeadamente no trigo, na aveia, na cevada, no centeio e no triticale (cereal que resulta do cruzamento artificial de trigo e centeio).
O Glúten é constituído por duas frações proteicas principais: prolaminas e gluteninas. Acredita-se serem as prolaminas as causadoras das lesões no intestino dos indivíduos que sofrem de intolerância ao glúten.
Como surge a Doença Celíaca e quais os sintomas?
A Doença Celíaca pode surgir em qualquer idade, contudo surge mais frequentemente entre os 6 e os 20 meses de idade, com a introdução das farinhas na alimentação (por exemplo através de papas, pão, bolachas, etc.). Manifesta-se através da falta de apetite, do não aumento de peso, de dejeções mais frequentes e moles (diarreia) e da distensão abdominal.
Caso o diagnóstico não seja efetuado e a respetiva dieta instituída, a situação agrava-se podendo atingir estados de malnutrição muito grave.
Qual o tratamento da Doença Celíaca?
O tratamento da Doença celíaca reside numa alimentação sem glúten para o resto da vida, ou seja, uma alimentação equilibrada, substituindo os alimentos com glúten (nomeadamente aqueles que têm como ingrediente trigo, aveia, cevada, centeio, triticale e/ou e seus derivados e/ou glúten propriamente dito) por alternativas sem glúten.
A eliminação do glúten da alimentação permite a regeneração das lesões do intestino e a recuperação do organismo. Contudo, caso se verifique a reintrodução do glúten na alimentação, a inflamação intestinal e os sintomas reaparecem.
A aveia contém cerca de 5 a 15% de prolaminas. Tendo em conta esta baixa concentração de prolaminas, algumas das pessoas com intolerância ao glúten poderão incluir a aveia no seu regime alimentar sem que tal implique efeitos adversos na sua saúde. Esta é uma questão que está a ser estudada e investigada pela comunidade científica. No entanto, a inclusão da aveia numa alimentação sem glúten é controversa, não apenas devido à incerteza da sua capacidade para causar lesões na mucosa intestinal, bem como pelo facto de a contaminação da aveia com trigo, centeio ou cevada poder ocorrer durante a colheita, o transporte ou a armazenagem de cereais.
Onde se encontra o glúten?
O glúten encontra-se no trigo, na aveia, na cevada, no centeio e no triticale (cereal que resulta do cruzamento artificial de trigo e centeio). Devido às suas caraterísticas elásticas, os cereais com glúten, ou o glúten como ingrediente, são muito utilizados no fabrico de pão, bolos, massas, etc. Existem também alimentos que são uma fonte menos óbvia de glúten como produtos de confeitaria, gelados, molhos, sopas, carnes processadas, etc.
Abaixo poderás encontrar uma lista com alguns alimentos que são naturalmente isentos de glúten:
- Batata
- Arroz
- Milho
- Mandioca
- Quinoa
- Carne
- Peixe
- Ovos
- Fruta
- Marisco
- Fruta
- Vegetais
- Leguminosas
- Leite
- Iogurtes naturais
- Azeite e óleos vegetais
- Água
- Vinho
- Café
- Chá
- Especiarias
- Ervas aromáticas
Rotulagem
A informação sobre a ausência ou a presença reduzida de glúten nos géneros alimentícios deverá ajudar os indivíduos com intolerância ao glúten a identificar e a escolher um regime alimentar variado quando consomem alimentos dentro ou fora do seu domicílio. Assim, o Regulamento (CE) N.o 41/2009 da Comissão de 30 de julho de 2014, estabelece normas harmonizadas sobre a informação prestada aos consumidores sobre a ausência («isento de glúten») ou a presença reduzida de glúten («teor muito baixo de glúten») nos alimentos.
Por outro lado, o Regulamento (UE) N.o 1169/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho de 25 de Outubro de 2011 obriga à indicação, através de uma grafia que os distinga claramente dos restantes ingredientes, de todos os ingredientes ou auxiliares tecnológicos ou derivados de uma substância ou produto que provoquem alergias ou intolerâncias, utilizados no fabrico ou na preparação de um género alimentício e que continuem presentes no produto acabado, mesmo sob uma forma alterada.
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