Pré e probióticos - diferenças e benefícios para a saúde
Nutrição

Pré e probióticos: diferenças e benefícios para a saúde

O nosso intestino é, muitas vezes, chamado de “segundo cérebro”. Isto acontece porque este órgão tem neurónios capazes de criar um sistema nervoso próprio, com funções específicas, como, por exemplo, a libertação de substâncias digestivas ou produção de serotonina, um neurotransmissor associado ao bem-estar.

Por outro lado, alberga milhões de microrganismos — bons e maus— que são importantes para a saúde digestiva. A esta comunidade de bactérias damos o nome de microbioma ou microbiota, que constitui a conhecida flora intestinal.

É por isso que é tão importante manter as bactérias “boas” do intestino em quantidades adequadas. São elas as responsáveis por manter o teu sistema imunitário forte e prevenir o aparecimento de doenças. Ao manteres uma má alimentação — com excesso de consumo de alimentos com elevados teores de açúcar, gorduras saturadas, bebidas alcoólicas e a insuficiente ingestão de fibras - não praticares exercício físico e teres um estilo de vida muito acelerado e stressante faz com que a microbiota se desenvolva de forma desequilibrada, o que pode causar alguns problemas de saúde a longo prazo.

Os pré e probióticos exercem um papel fundamental na manutenção do equilíbrio desta flora intestinal e, consequentemente, na promoção das funções do intestino. Mas, afinal, qual é a diferença entre pré e probióticos? Em que alimentos é que os encontramos e quais são as suas funções no organismo?

Os prebióticos são substâncias que não são digeridas pelos humanos e que são aproveitadas pela flora intestinal.

Prebióticos

Os prebióticos são substâncias que não são digeridas pelos humanos e que são aproveitadas pela flora intestinal. Estes compostos não digeridos são essencialmente algumas fibras, como a inulina, a oligofrutose, os frutoligossacários e a polidextrose, que estão naturalmente presentes em alguns alimentos.

Como não são digeridos nem absorvidos no intestino delgado, através da fermentação pelas bactérias benéficas do cólon, estes compostos vão servir de alimento às boas bactérias e, estimular o crescimento e a atividade da microbiota.

Os prebióticos estão presentes em alimentos de origem vegetal, maioritariamente em hortícolas como a cebola, espargos, alho-francês e alho, em frutas como a banana ou maçã, nos cereais como a aveia e a cevada, no cacau, em sementes de linhaça ou mesmo em raízes como a chicória ou konjac.

Benefícios do consumo de prebióticos

  • Estimulam o desenvolvimento da flora bacteriana benéfica, favorecendo a saúde intestinal e contribuindo para o seu bom funcionamento;
  • Promovem um transito intestinal regular e ajudam a evitar a distensão abdominal, causada pela prisão de ventre e pelo excesso de gases;
  • Por serem alimentos ricos em fibra, podem ajudar ainda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares e diabetes, já que contribuem para regular os níveis de colesterol e glicose no sangue;
  • Ajudam a proteger o organismo de possíveis infeções, já que reforçam o sistema imunitário.

Probióticos

São microrganismos vivos que se encontram em alguns alimentos e que, em quantidades adequadas, conferem benefícios à tua saúde. Os probióticos mais utilizados são as bactérias como os lactobacillus e as bifidobacterium.

Quais os alimentos que contém probióticos?

Os probióticos estão presentes em vários tipos de alimentos fermentados, tendo a capacidade de manter a sua atividade benéfica após o seu consumo:

  • Leites fermentados, tais como o iogurte e outras bebidas lácteas acidificadas, mas também os queijos de pasta dura, que têm um maior grau de fermentação;
  • Kefir;
  • Pickles fermentados em água e sal marinho;
  • Chucrute fermentada não pasteurizada;
  • Soja fermentada, tal como se encontra na sopa de miso e no tempeh.
sopa de miso
Probióticos são microrganismos vivos que se encontram em alguns alimentos e que, em quantidades adequadas, conferem benefícios à tua saúde.

Principais funções dos probióticos?

  • Modulação da microbiota intestinal através do desenvolvimento das bactérias benéficas, que impedem a proliferação das bactérias patogénicas;
  • Contribuem para o reequilíbrio intestinal após a toma de alguns medicamentos tais como antibióticos;
  • Ajudam a controlar a diarreia causada por vírus e bactérias;
  • Diminuem a atividade da Helicobacter pilori, a bactéria responsável por doenças gástricas, tais como gastrite, úlceras e o cancro;
  • Diminuem a ação das bactérias prejudiciais através da produção de substâncias protetoras e podem ajudar a prevenir o aparecimento de infeções urogenitais femininas;
  • Ajudam a melhorar a digestão da lactose e promovem a absorção nutricional;
  • Podem ajudar a reforçar a imunidade, podendo diminuir as reações alérgicas;
  • Podem ajudar a prevenir ou controlar a obstipação.

Uma vez que estes alimentos contêm microrganismos vivos na sua composição, para que sejam consumidos com segurança, deves ter especial atenção aos sinais de frescura e à integridade da embalagem, e também ao seu prazo de validade.

 
 

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