Queres ser o primeiro a receber as nossas novidades?

Subscreve e recebe as nossas notificações no teu browser.

Obrigado por subscreveres.

Senhor de idade a comer
Nutrição

Dificuldade em engolir ou mastigar?

Já alguma vez, em convívio com os teus pais ou avós presenciaste um momento em que alguém se engasgou durante a refeição? Ou várias vezes isto já aconteceu? Este problema existe e pode ter um nome: disfagia. E não, não é normal que um familiar teu tenha dificuldade em engolir enquanto toma a sua refeição. Vamos perceber um pouco melhor o que é a Disfagia?

Estima-se que 10 a 20% dos seniores têm dificuldades em engolir bebidas ou alimentos, isto é, para formar e mover o bolo alimentar desde a boca até ao esófago. Tendencialmente, alteram as suas escolhas alimentares para outras mais fáceis de mastigar, mas nutricionalmente mais pobres e monótonas, contribuindo para a perda de peso não intencional.

Este sintoma define-se como disfagia, e caracteriza-se como uma alteração na deglutição de alimentos líquidos e/ou sólidos, englobando todos os atos motores, comportamentais, sensoriais e preliminares da deglutição. Assim, a disfagia representa um compromisso importante no bem-estar e aspetos sociais associados à alimentação do indivíduo.

Conhece alguns fatores que influenciam negativamente a deglutição:

  • Idade avançada
  • Alterações cognitivas
  • Doenças neurológicas
  • Doenças oncológicas
  • Défices sensoriais (visual, gustativo, olfativo)
  • Saúde oral comprometida
  • Dependência para a alimentação
  • Toma de alguns fármacos
  • Apraxia, isto é, incapacidade para executar normalmente movimentos coordenados

A disfagia é particularmente prevalente em indivíduos com doenças neurológicas, como a doença de Parkinson e doença de Alzheimer, ambas especialmente prevalentes nos seniores. No entanto, é uma doença subdiagnosticada, sendo que aproximadamente 75% dos casos de disfagia permanecem sem diagnóstico.

A disfagia se não for identificada, diagnosticada e tratada pode causar: perda de peso e de massa muscular de forma involuntária, desnutrição e desidratação por uma diminuição da ingesta.

A disfagia constitui-se como um fator determinante para um mau prognóstico clínico, sendo causa de diminuição da capacidade funcional, episódios de pneumonia por aspiração e, consequentemente, frequentes e prolongados internamentos hospitalares.

São sinais de disfagia e de alerta para a dificuldade em deglutir:

  • Os episódios de engasgamento durante e fora das refeições;
  • A necessidade de fazer várias tentativas para engolir; 
  • Tosse durante ou depois da refeição;
  • Entre outros.

Deste modo o engasgamento com alimentos, água ou outros líquidos não se entende como “normal” nos seniores. E podem provocar infeções respiratórias ou pneumonias de aspiração porque em vez de engolir os alimentos, o individuo aspira-os e passa-os para os pulmões.

A severidade da disfagia pode variar de uma dificuldade moderada à impossibilidade total de deglutição.

A dieta de textura modificada está indicada em situações em que se verifiquem episódios recorrentes de engasgamento, ausência de dentição e défice cognitivo. Este tipo de dieta diminui o risco de engasgamento, através da minoração do processamento motor e oral. Para além disso, potencia uma maior e melhor ingestão alimentar, combatendo a fadiga associada ao processo de alimentação. No entanto, as dietas de textura modificada de confeção artesanal podem comprometer a ingestão nutricional, particularmente nos indivíduos seniores, pelo que as versões de refeições prontas a usar, como as soluções de alimentação básica adaptada Meritene®, podem e devem ser consideradas na intervenção nutricional e reabilitação da disfagia, assim como os espessantes e suplementos nutricionais orais Resource® de textura adaptada, segundo aconselhamento do médico.

Frequentemente, os indivíduos com disfagia apresentam uma ingestão hídrica francamente inferior às suas necessidades, necessitando, ainda, de recorrer ao uso de espessantes para a adaptação da viscosidade dos líquidos a ingerir. É fundamental reforçar a importância da hidratação na consistência adequada, podendo recorrer às bebidas tradicionais, como água, ou a águas aromatizadas, infusões e sumos diluídos.

As adaptações à textura da dieta e líquidos podem ser alcançadas, de forma artesanal, através de soluções práticas:

  • Esmagar os alimentos com recurso a um garfo, garantindo uma textura mole e macia;
  • Triturar os alimentos com recurso a liquidificadora, garantindo uma textura homogénea;
  • Adicionar molhos de confeção, leite, natas, manteiga aos alimentos triturados para proporcionar maior cremosidade;
  • Evitar frutas com sementes (ex: kiwi, morango) ou sumarentas (ex: citrinos, ananás, ameixa), alimentos fibrosos (ex: feijão verde, grelos, bacalhau, manga, ananás) ou pratos com duas consistências, ou seja, sólida e líquida (ex: canja de massa ou arroz, gelatina), pois tornam difícil a formação de um bolo alimentar coeso.

Para facilitar a deglutição, pode recorrer a colher de sobremesa para ingerir as refeições e controlar o volume de alimento na cavidade oral, evitando o uso de palhinhas e seringas. A abordagem ao doente disfágico deverá ser realizada por uma equipa multidisciplinar, da qual faz parte o nutricionista e o terapeuta da fala, que o possa avaliar nas suas várias dimensões e potenciar a sua reabilitação.

Preparado para um pequeno Q&A?

Perguntas e Respostas

O que é a disfagia?

Dificuldade ou perturbação na deglutição de alimentos líquidos e/ou sólidos, englobando todos os atos motores, comportamentais, sensoriais e preliminares da deglutição.

Que profissional de saúde devo consultar em caso de suspeita de disfagia ou alteração na deglutição de alimentos líquidos e /ou sólidos?

Em caso de suspeita, deve consultar um terapeuta da fala ou médico para avaliação. Se disgnóstico da disfagia, deverá ser adotada uma abordagem multidisciplinar, da qual faz parte o médico, nutricionista e o terapeuta da fala. Conjuntamente irão avaliar o doente nas suas várias dimensões e potenciar a sua reabilitação.

Que estratégias podemos adoptar às refeições para diminuir o risco de engasgamento?

Nesta situação está indicada a adoção de uma dieta de textura modificada. Esta dieta diminui o risco de engasgamento. Na dieta de textura modificada há uma alteração e adequação da consistência e viscosidade dos alimentos líquidos e/ou sólidos de forma a tornar a alimentação segura e adequada às necessidades nutricionais do doente disfágico ou com dificuldades de mastigação e/ou deglutição.

Como elaborar uma dieta de textura modificada?

Devem seguir-se as recomendações do terapeuta da fala e nutricionista na escolha ou alteração e adequação da consistência dos alimentos sólidos e líquidos e ainda na adequação do volume de alimento na cavidade oral durante a sua ingestão, consoante se identifique um maior ou menor grau de disfagia. Estas são algumas das estratégias práticas:

  • Esmagar os alimentos com recurso a um garfo, garantindo uma textura mole e macia;
  • Triturar os alimentos com recurso a liquidificadora, garantindo uma textura homogénea;
  • Adicionar molhos de confeção, leite, natas, manteiga aos alimentos triturados para proporcionar maior cremosidade;
  • Evitar frutas com sementes (ex: kiwi, morango) ou sumarentas (ex: citrinos, ananás, ameixa), alimentos fibrosos (ex: feijão verde, grelos, bacalhau, manga, ananás) ou pratos com duas consistências, ou seja, sólida e líquida (ex: canja de massa ou arroz, gelatina), pois tornam difícil a formação de um bolo alimentar coeso.
Quais os artigos Nestlé Health Science para a gestão nutricional de doentes disfágicos ou com dificuldades de mastigação e/ou deglutição?

​​​​​​​Alimentos para fins medicinais específicos. Importante: utilizar sob supervisão médica. Todos são adequados como fonte alimentar única, à exceção dos espessantes.

também

Nutrição

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o flexitarianismo pode ser definido como um padrão…

Nutrição

Certamente que já te apercebeste que mesmo que te mantenhas ativo ao longo do dia, dificilmente…

Nutrição

Se gostas de saber mais sobre nutrição, o mais certo é que já tenhas ouvido falar no jejum…