Intolerância alimentar vs alergia: sabe as diferenças!
Intolerâncias Alimentares

Intolerância alimentar vs alergia: sabe as diferenças!

É muito fácil confundir-se uma intolerância alimentar com uma alergia. Os sintomas e a sua perceção podem ser semelhantes, mas existem diferenças que tornam possível separar claramente as duas patologias. 
 
Enquanto uma alergia a um dado alimento resulta numa forte resposta imunitária, a intolerância alimentar não envolve mecanismos do sistema imunitário e manifesta-se maioritariamente no trato gastrointestinal. 
 
Para saber distinguir estas patologias, é importante perceber as causas e os seus efeitos.

O que é uma intolerância alimentar?

A intolerância alimentar é o nome dado a um conjunto de reações, nalguns casos similares às de algumas alergias, que sucedem após a ingestão de um dado alimento. Envolvem mecanismos que não implicam o sistema imunológico. Apesar de ter causas multifatoriais, a intolerância alimentar pode ser adquirida congenitamente ou durante a vida. Estima-se que a prevalência de qualquer tipo de intolerância alimentar seja entre 20 e 35%, com variações de país para país. Em Portugal, um quarto da população portuguesa apresenta um qualquer tipo de intolerância alimentar. 

No universo das intolerâncias alimentares, destacamos algumas das mais faladas, assim como outras menos conhecidas. 

Intolerância à Lactose

A lactose é o açúcar natural presente no leite . A sua digestão é realizada no intestino delgado, onde é produzida a lactase. Esta é uma enzima cuja função é a digestão da lactose, “partindo-a” nos 2 açúcares menores que a compõe: a glicose e a galactose. Quando esta enzima deixa de ser produzida na quantidade necessária, a lactose que ingerimos passa a ser parcial ou totalmente não digerida. Assim, a lactose não digerida, não é absorvida, concentrando-se no intestino e sendo aí fermentada pelas bactérias. Esta situação gera várias reações do organismo: mal-estar, flatulência, cólicas ou diarreia.
 

As estimativas apontam para que grande parte da população mundial tenha uma má absorção da lactose, embora na maioria dos casos não apresente sintomas. A prevalência deste tipo de patologia é mais elevada na idade adulta, estimando-se que cerca de 70% da população não consiga digerir corretamente a lactose.

Para contornar a intolerância à lactose , existem opções como o leite sem lactose ou as bebidas de origem vegetal, de amêndoa, soja ou arroz. O leite sem lactose é obtido através da adição da enzima (lactase) que degrada especificamente este açúcar natural do leite, dando origem aos 2 açúcares mais pequenos que a compõem: a glicose e a galactose, permitindo a sua absorção sem sintomas.

Intolerância ao Glúten

O glúten é um conjunto de proteínas naturalmente presente no trigo, centeio e na cevada. A aveia poderá ser contaminada por ser plantada nas mesmas zonas ou em processos industriais. 


A intolerância ao glúten pode ou não estar associada a um quadro de doença celíaca. A doença celíaca é uma doença autoimune e está associada a uma reação imunológica intensa, com inflamação, dores intensas, diarreia e alterações da estrutura do intestino que originam má absorção de nutrientes. A intolerância ao glúten não celíaca não configura uma reação imunológica, não produz alterações estruturais da mucosa do intestino delgado, mas pode apresentar sintomas similares que desaparecem num curto espaço de tempo.


Nestes casos a única forma de ultrapassar o problema é através  de uma dieta sem glúten. Nos desafios de uma dieta sem glúten encontras algumas dicas que podes incluir no teu dia alimentar. 

Intolerância à Levedura

Não é das mais faladas, mas existem vários casos de intolerância à levedura. Presente no pão e na cerveja, este microrganismo é o responsável pela fermentação destes alimentos. 


A levedura está presente numa ampla gama de alimentos, entre as quais, carnes processadas e curadas, cubos para temperar e alguns condimentos. O pão pode ser substituído por alternativas com aveia ou arroz, papas de aveia, bolachas ou barritas de aveia, bolachas de arroz, panquecas com farinha de aveia ou arroz, ou arroz tufado com selo de garantia de isenção de glúten.

Intolerância à Frutose

Com um quadro sintomático semelhante à intolerância à lactose, esta patologia resulta da incapacidade de digerir a frutose, um açúcar naturalmente presente nas frutas, vegetais, mel e outros açúcares. Esta é uma patologia metabólica gerada por uma alteração genética.


É relativamente complicado excluir a frutose da dieta, pelo que deves contactar um nutricionista para obter aconselhamento profissional adequado à situação.

O que é uma alergia alimentar?

Estamos perante uma alergia alimentar quando o sistema imunitário reconhece um alimento como um invasor externo, ativando uma forte resposta imunitária. Os sintomas mais comuns são falta de ar, comichão e vermelhidão bem como inchaço nos olhos, boca e língua. Nos casos mais sérios, resulta mesmo no choque anafilático, que pode conduzir à morte. 
 

As causas das alergias alimentares não são totalmente conhecidas, e podem ser adquiridas ao longo de toda a vida. O alívio de alguns dos sintomas das alergias alimentares pode ser feito com anti-histamínicos. As pessoas que têm alergias alimentares graves diagnosticadas, devem ter sempre consigo um dispositivo de adrenalina. Esta mesma solução atua diretamente nos choques anafiláticos provocados pelas alergias. 

Estima-se que nos países mais desenvolvidos, a prevalência aproximada de alergia alimentar seja de 6-8% nas crianças e de 2-3% nos adultos.

Alergia ao Marisco

A alergia ao marisco é uma das alergias mais comuns, principalmente entre a população adulta. A fonte principal de alergia é a tropomiosina, uma proteína presente no marisco. Por terem elevada resistência à temperatura e poderem ser transportadas pelo vapor da cozedura, não basta cozinhar camarão para que esta proteína desapareça, por exemplo.

As pessoas alérgicas a este tipo de alimento, devem excluí-lo por completo da sua alimentação.

Alergia aos Frutos Secos

A alergia a frutos secos é uma das alergias mais comuns. Esta obriga a que quem sofra deste tipo de alergia tenha que excluir os frutos secos ou alimentos que os contenham da sua alimentação. É importante verificar todos os alimentos que possam ter na sua composição vestígios destes frutos de casca rija. Os óleos derivados desses mesmo alimentos, como por exemplo o óleo de amendoim, também são para excluir. 

Como tal, quem sofre de alergia a frutos secos tem que ter alguns cuidados adicionais, principalmente quando as refeições são feitas fora de casa. É também importante a leitura dos rótulos antes de comer.

Alergia ao Ovo

A ovalbumina, proteína presente no ovo, é amplamente utilizada na indústria alimentar como produto aditivo, conservante e estabilizante. É esta a proteína responsável pelos sintomas de alergia ao ovo. A leitura dos rótulos é um processo que também deve ser considerado por quem sofre deste tipo de alergia. É preciso ter em atenção qualquer tipo de alimento que tenha esta proteína na sua composição. 
A associação entre esta alergia e a alergia ao leite é bastante frequente.

Alergia ao Leite

A alergia às proteínas do leite de vaca é a mais frequente nos primeiros anos de vida. É transitória sendo a sua prevalência inferior a 1% em crianças com idades superiores a 6 anos. É mais rara no adulto. É uma condição distinta da intolerância à lactose. A alergia ao leite define-se pelas alergias às próprias proteínas presentes no leite, principalmente caseínas. 


Ao contrário da intolerância à lactose, a alergia ao leite não depende da quantidade ingerida. Basta uma pequena porção de leite, ou de um produto com leite na sua composição, para despoletar uma reação alérgica. 

Este tipo de alergia pode surgir  na infância, adolescência ou mesmo na idade adulta. Neste caso, os leites de origem animal e os seus derivados ou outros que contenham leite na composição, devem ser excluídos da alimentação. Os sintomas podem ser de grau leve a elevado/grave e passam não só pela dor abdominal, diarreia e vómitos, como pela urticária e eczema, ou também pela dificuldade respiratória e anafilaxia.

 
 

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